domingo, 12 de abril de 2009

Liga Portuguesa: 24ª jornada - Luta pelo título para FC Porto e Sporting. Benfica perdeu novamente na Luz

Desespero no rosto de Nuno Gomes e Reyes

O Benfica espalhou-se ao comprido nas suas ambições quanto ao título pela Liga Portuguesa ao perder no Estádio da Luz com a Académica por 0-1. Este foi o dado mais relevante desta 24ª jornada, quando faltam seis para o fim. O FC Porto e o Sporting cumpriram com as suas obrigações frente ao Estrela da Amadora e Naval respectivamente, deixando em aberto uma luta final a dois pelo trófeu máximo do futebol português. Sobre este ponto (troféu), saliente-se o facto da delegação da L.P.F. ter entregue finalmente as Taças de campeão nacional 2006/2007 e 2007/2008 ao Porto! O atraso foi somente de 21 meses! Pelo que tenho ouvido e lido, esta foi a última vez que esta situação ocorrerá, sendo a cerimónia (já esta época) feita logo na semana seguinte, conhecido o vencedor. No caso de apenas ser encontrado o campeão na última jornada, o troféu será atribuido na época seguinte ao primeiro jogo (Liga) realizado em casa.

Começando a abordagem do jogo na Luz, muitos remates e muitas oportunidades do Benfica não chegaram para derrotar uma Académica que conseguiu uma proeza inédita, de em duas épocas consecutivas ter derrotado as àguias no seu estádio. Parecia que a enorme desaire da época passada (0-3) iria ser vingada, que a paupérrima exibição da semana anterior, na Amadora, fora definitivamente esquecida. Parecia, mas não foi. Na primeira vez que a Académica chegou à área benfiquista ganhou um canto. Na sequência deste (aos 23 minutos), ocasionado por um erro de Miguel Vitor, Tiero surgiu solto, à entrada da pequena área, e cabeceou para o golo. A Académica marcava no primeiro remate. Depois foi ver a briosa recuar praticamente até final do jogo na tentativa de segurar a vantagem. Antes, já o Benfica podia, por duas vezes, ter chegado à vantagem. Cardozo, após solicitação de Aimar, e David Luiz, dando seguimento a uma boa triangulação com Cardozo e Reyes, falharam o mais fácil.

O Benfica, que Quique Flores queria vingativo, para fazer esquecer as últimas exibições pouco ou nada convincentes, repetiu uma série de erros recentes. Aimar, a jogar a extremo esquerdo, apenas disfarça; Reyes, quase sempre pela direita, andou na maior parte do tempo a despejar bolas para a área; Carlos Martins, na posição de criador, quase só criou irritação entre os adeptos. Não surpreendeu, pois, que aos 40’ já se escutassem enormes vaias para uma equipa que tinha dois avançados, Nuno Gomes e Cardozo, mas que não possuía quem lhes desse bolas jogáveis. Depois, quando a corrida desenfreada, o bombear de bolas para a área de Peskovic, dava resultado, era a pontaria a trair os anseios dos benfiquistas. Foi assim que Aimar, sozinho, conseguiu acertar na barra.

A segunda parte teve, praticamente, um só sentido: a baliza de Peskovic. Em avalanches com mais desespero do que lucidez, os benfiquistas lançaram-se em busca dos golos e, nos primeiros 15 minutos já haviam disposto de quatro ocasiões para marcar. Mas não o fizeram. Primeiro porque Cardozo acertou no poste. Depois, David Luiz voltou a repetir a falha clamorosa do primeiro tempo e, desta feita, permitiu a defesa do guarda-redes. A seguir, foi Aimar a falhar e, não fora uma decisão errada do árbitro no lance imediato, e o argentino teria mesmo marcado de cabeça e na sequência de um canto.

A saída de Nuno Gomes para a entrada de Di María visou trazer mais velocidade ao jogo. A entrada do extremo argentino pareceu confundir os conimbricenses que, quase de imediato, viram o lateral esquerdo Hélder Cabral ser mal expulso na sequência de um segundo amarelo. Os mais de 27 mil espectadores empolgaram-se com a entrada do “milagreiro” Mantorras. A Académica quase não respirava, mas estava apenas a dez minutos de repetir a vitória da época passada e de aumentar para o quatro o número de jogos consecutivos sem perder. Peskovic defendeu como podia e quando já ninguém acreditava no Benfica, Mantorras quase fazia o empate de cabeça. Mas não fez. O Benfica não concretizou os sucessivos lances que criou, de bola parada e corrida, e isso intranquilizou o seu jogo. Os jogadores sentiram a enorme pressão sobre o treinador e a equipa, faltou alguma sorte mas sobretudo sangue frio na finalização.

Só para finalizar o capitulo Benfica, reparem nas observações divergentes dos ex-àrbitros portugueses em baixo (artigo do Jornal "O Jogo"), acerca da questão do golo anulado do Benfica.

Se nem a ver pela TV conseguem ter uma opinião coerente como é que a arbitragem pode andar bem?!!!

É bem anulado o golo ao Benfica, marcado por Aimar? Há mesmo falta sobre Peskovic?

Jorge Coroado
Nem de perto nem de longe. Foi o guarda-redes da Académica quem cometeu falta sobre Nuno Gomes. Não sendo golo, seria grande penalidade. Visão distorcida do árbitro; precipitou-se, baralhou-se e deu uma imagem negativa.

Rosa Santos
O golo é anulado porque Nuno Gomes impediu que o guarda-redes da Académica fosse disputar a bola (fez obstrução). Como tal, o árbitro fez muito bem em ter interrompido o jogo. Em resumo, a decisão é acertada.

António Rola
Foi um golo muito mal anulado. Neste lance, o árbitro cometeu dois erros: primeiro, o guarda-redes da Académica faz falta sobre Nuno Gomes, pois empurrou-o pelas costas; depois, Aimar obteve um golo de forma completamente limpa. Falta de categoria do árbitro madeirense para dirigir jogos deste nível.

Finalmente entregaram a Taça de Campeão 2008/2009 ao FC Porto

Em noite de entrega de troféus atrasados, o FC Porto exibiu-se em bom plano frente ao faminto Estrela da Amadora (não recebe ordenados há quase 8 meses!), principalmente na segunda parte, e somou mais 3 pontos que garantem a manutenção de 4 pontos de vantagem para o Sporting antes da recepção ao Manchester United. Bruno Alves abriu o activo aos 29 minutos, na marcação de um livre directo, para depois Farías bisar aos 58 e 65, fechando o 3-0 final.

Os portistas iniciaram a partida com um onze diferente do habitual apenas do meio campo para a frente, já que Jesualdo Ferreira manteve o quarteto defensivo composto por Sapunaru, Bruno Alves, Rolando e Cissokho. Madrid surgiu na posição mais recuado do meio campo, onde fez companhia a Lucho e Raul Meireles, e o ataque estava entregue a Mariano, Farías e Roddríguez. Desde cedo o Porto assumiu o controlo do jogo, na procura do golo que desse alguma tranquilidade e permitisse alguma gestão tendo em conta o encontro de quarta-feira para a Champions. No entanto o futebol praticado na primeira metade por parte do Porto foi demasiado lento, com o Estrela a conseguir afastar o perigo da sua área, ensaiando até algumas boas jogadas de ataque. Neste cenário surgiu em bom momento para o FC Porto mais um livre para Bruno Alves aos 29 minutos, com o central a mostrar credenciais neste tipo de lances, inaugurando o marcador com um belo remate junto ao poste direito da baliza de Nélson. Até ao intervalo poucos foram os motivos de interesse, com o resultado a manter-se inalterado, altura que Jesualdo Ferreira aproveitou para fazer descansar Rodríguez entrando para o seu lugar Hulk e Guarín para o lugar de Raul Meireles.

Ernesto Farias On fire

Na segunda parte, o jogo nunca mais foi o mesmo. O Estrela, apesar de todo o esforço, nunca conseguiu praticar o futebol que tinha mostrado na primeira metade, em que atacava com velocidade e mostrava uma segurança defensiva apreciável. A partida como que passou a ser quase de sentido único: a baliza de Filipe Mendes que entrou para o lugar do lesionado Nélson e o resultado aumentou naturalmente. Um lance de Hulk em velocidade pela direita e um cruzamento perfeito serviu para Farías encostar para o fundo da baliza. Antes, Lucho esteve perto de marcar (48’) e, aos 55’, o árbitro da partida perdoou uma grande penalidade cometida sobre Mariano. O terceiro golo surgiu com toda a naturalidade. Aos 65’, num cruzamento de Bruno Alves, o argentino a antecipou-se aos centrais e guarda-redes, cabeceando para o fundo da baliza. Depois, o FC Porto limitou-se a gerir o resultado e Jesualdo Ferreira aproveitou para fazer descansar finalmente Lucho. É que a Liga dos Campeões é o próximo objectivo.

Liedson foi figura frente à Naval

Mais uma vez, um Sporting regular no final da época, à imagem das temporadas anteriores, com um triunfo por 3-1 sobre a Naval em Alvalade, resultado feito ainda na primeira, numa partida sem grandes atractivos mas que permitiu aos leões a manutenção do segundo lugar da classificação e ainda poder sonhar com o título. Pereirinha e Liedson (bisou) fizeram os golos leonino, enquanto Marcelinho a assinar o tento visitante.

Numa partida controlada quase na totalidade pela equipa de Paulo Bento, a primeira parte ficou marcada pelos erros defensivos de ambas as partes, aproveitados para fazer mexer o marcador. Aos 14 minutos Liedson beneficiou de uma escorregadela de Baradji para ganhar espaço e servir com conta, peso e medida Pereirinha no coração da área, que não perdoou inaugurando o marcador. A Naval reagiu quase de imediato, com Marinho a aproveitar um mau passe de Miguel Veloso (muito assobiado no primeiro tempo pelos adeptos leoninos) e a descobrir Marcelinho, que isolado diante de Rui Patrício restabeleceu a igualdade.

O Sporting voltava à estaca zero e pariu em busca de novo golo, que aconteceu aos 27 minutos, quando Liedson de cabeça fez o 16º tento na Liga Sagres, depois de um livre apontado por João Moutinho. Apesar da superioridade exibida em campo pela equipa leonina, a Naval demonstrava que podia ainda discutir o resultado, que chegava ao intervalo com vantagem para o Sporting.

A segunda parte manteve a toada da primeira parte, com o Sporting a assumir as despesas do jogo, mas com a Naval sempre organizada e na procura do golo no contra-ataque. No entanto, as jogadas de perigo apenas surgiram na baliza de Peiser, já que o ataque da Naval mostrava menor produção, e o terceiro golo do Sporting começava a justificar-se. Derlei falhou uma clamorosa oportunidade de golo aos 76 minutos após um belo cruzamento de Moutinho, mas os últimos 10 minutos foram marcados por uma subida de rendimento da Naval, que chegou por algumas vezes com perigo à baliza leonina. Apesar de algum nervosismo dos adeptos face à magra vantagem, os jogadores do Sporting mantiveram a partida sob controlo e chegaram mesmo ao terceiro golo no último lance do jogo. Izmailov rematou forte fora da área, Peiser não segurou a bola e Liedson aproveitou para bisar no jogo. O Sporting somou a quarta vitória consecutiva na Liga Portuguesa e afastou-se do Benfica na luta pelo segundo lugar, mantendo os mesmo 4 pontos de desvantagem para o líder Porto.

Nos outros jogos, destaque para a vitória do Belenenses sobre o Setúbal, triunfo que permitiu aos do Restelo afastar-se à condição da zona de despromoção. Preocupante ficou a situação do Rio ave ao perder em Matosinhos. Aliás do 11ª lugar até ao último, muitos cabelos brancos terão pela manutenção. Quanto à luta pela Europa, tudo em aberto desde o 4ª lugar ocupado pelo Braga até ao 7ª lugar do Marítimo.

Resultados da 24ª jornada da Liga Portuguesa - Liga Sagres 2008/2009

FC Porto - Estrela Amadora, 3-0 (Bruno Alves 29' e Farías 58' e 65')
Benfica - Académica, 0-1 (Tiero 23')
Sporting - Naval, 3-1 (Pereirinha 13' e Liedson 27' e 94'; Marcelinho 16')
Belenenses - Vitória Setúbal, 2-1 (Saulo 6' e 12'; Michel 86')
Leixões - Rio Ave, 1-0 (Diogo Valente 48')
Sp. Braga - Marítimo, 1-1 (Luís Aguiar 35' g.p.; Bruno 42' g.p.)
Paços Ferreira - Vitória Guimarães, 1-1 (Cristiano 77'; Roberto 48')
Trofense - Nacional, 2ªfeira

Classificação da Liga Portuguesa (Liga Sagres) 2008/2009

Tabela Classificativa em Portugal

Vídeos

FC Porto 3-0 Estrela Amadora
Bruno Alves 29'
Farías 58' e 65'



Benfica 0-1 Académica
Tiero 23'


Sporting 3-1 Naval
Pereirinha 13'
Marcelinho 16'
Liedson 27' e 94'



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Fotos: AP

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3 comentários:

  1. Mais uma equipa e um treinador para o galheiro. Next Benfica!

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  2. Bom blog , tem continuado a evoluir . Parabéns a toda a equipa !

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  3. Todos os anos no Benfica contratam novos Eusebios, novos Maradonas novos ronaldos e no fim de contas é só LIXO. Esta epoca ainda n acabou e e já estão despachados.

    É mesmo uma sorte ser portista, n é para qq um!! POOOOOORTO!!

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